16 de julho de 2008

De A Terra de Tir nan Og - Prefácio e Entrega

Foto de Iara

Para Gabriel Tuya http://elgatoutopico.blogspot.com/

Pergunto-me qual é a terra das andorinhas, essas que por aqui vemos enraizar cada primavera e ir embora cada Outono em busca do calor.
Quiçá a sua pátria seja o estio, quiçá tenham pátrias compartidas.
O meu avô emigrou a Argentina e passou nove anos a sentir-se galego em terras da Prata e o resto da sua vida a pensar Buenos Aires desde a velha Compostela.
A minha avó ficou. Durante nove anos olhou para América todas as tardes e o resto da sua vida partilhou-a com aquele ser grande e híbrido no que o meu avô se transformara.
Aprendi a viver entre duas terras. Saber que as pátrias não são possessivas, que se podem amar como aos filhos, de jeito diferente, acumulável e torna-las irmãs e medra-las. Descobri que as pátrias são como os pais, próprios ou adoptados: origem, referente, património que nos apresenta ao mundo. A nossa pátria é a língua que nos deram, o jeito de fazer que nos mostraram. A nossa pátria é a pele que nos cobre quando procuramos outras peles para sentir companhia. Um caminho de mundo que promete esperança.
Por isso tenho esperança.

1 comentário:

el gato utópico disse...

Muchas gracias!
Estas son cosas que hacen bien al almita...