14 de julho de 2008

A roda

De cativinhos sabíamos
qual era o princípio da roda
e qual o final:
sempre o mesmo.

Sabíamos correr ao redor
sem parar-nos
até render o tempo
ao círculo exacto
da nossa própria curva
entre risos exaustos.

Sabíamos todas
as canções do corro
e unir mãos e olhares
em ritmos diversos,
girar e voltear,
estar e ser parte.

Passou tempo.
Foram ficando ocos.
As palavras cobreram de pó
nomes e cantos;
às vezes os recantos
tornam-se silêncios
e a recta se impôs
em triunfos exactos.

O ciclo deita a infância
entre versos de menta,
joga com os olhares
e renasce com sonhos,
volta, reviravolta
e voltamos revoltas,
giro, remexido
moinhada do moinho
... E mais uma vez,
começar a começar.

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