- Acontece
28 de fevereiro de 2009
27 de fevereiro de 2009
Rastos na praia do Fim do Mundo
Sobre as pegadas retomava o infinito das areias finitas
e inconstantes sonhos se perdiam a pensar os passados
e perguntavam qual daqueles rastos seguira e perdera
e se todos voltariam no juízo final e a quem saudaria
-antes de renunciar a advogado alheio e procurar-te
entre a corte dos letrados com voar de borboleta-
e se ainda alguém me escreveria nos caminhos
e se o meu moreno deixaria o prato à porta da cela
se fosse condenada ao amor para outro eterno,
e quem repetiria Paris com a camisola do Ché,
e ainda se mais alguém me beijaria entre os ecos
de árias em Chicago e uma obertura mítica outra vez
e se os políticos voltariam do último sono
e se uniriam ao coro dos confundidos na arca das carícias
e se os anjos deixam marca também sobre as areias
e se o meu peito é praia do último marinheiro
e, em fim, qual daquelas sombras era tua ou não era
e se tinha eu rasto nas praias que deixei.
e inconstantes sonhos se perdiam a pensar os passados
e perguntavam qual daqueles rastos seguira e perdera
e se todos voltariam no juízo final e a quem saudaria
-antes de renunciar a advogado alheio e procurar-te
entre a corte dos letrados com voar de borboleta-
e se ainda alguém me escreveria nos caminhos
e se o meu moreno deixaria o prato à porta da cela
se fosse condenada ao amor para outro eterno,
e quem repetiria Paris com a camisola do Ché,
e ainda se mais alguém me beijaria entre os ecos
de árias em Chicago e uma obertura mítica outra vez
e se os políticos voltariam do último sono
e se uniriam ao coro dos confundidos na arca das carícias
e se os anjos deixam marca também sobre as areias
e se o meu peito é praia do último marinheiro
e, em fim, qual daquelas sombras era tua ou não era
e se tinha eu rasto nas praias que deixei.
26 de fevereiro de 2009
ESCRITO COM LUZ III
25 de fevereiro de 2009
Caminhos de luz
Adiante é o teu único caminho e marca a luz estelas inexactas
para seguir os ventos desta rosa com som de boreal
e resonâncias austrais nos latejos, palavras,
os ritmos do teu hip-hop achegam poesia,
simples verso de terra e céu em linha
e asa de rio, de oceano, a fluir tempo no longo amor
que uma veia transita e transitou
desde os dias no ventre,
desde as noites no riso,
desde os corpos e as praias,
adiante, navegante, verbo aberto,
Alexandre, filho amigo.
para seguir os ventos desta rosa com som de boreal
e resonâncias austrais nos latejos, palavras,
os ritmos do teu hip-hop achegam poesia,
simples verso de terra e céu em linha
e asa de rio, de oceano, a fluir tempo no longo amor
que uma veia transita e transitou
desde os dias no ventre,
desde as noites no riso,
desde os corpos e as praias,
adiante, navegante, verbo aberto,
Alexandre, filho amigo.
24 de fevereiro de 2009
ESCRITO COM LUZ II
Entre nós que existe mais do que é nomeado,
lateja nas florestas e dorme na alvorada,
espíritos da terra, energias povoadas
de instintos e magias;
fluir, o fluir longo da luz que escreve o tempo,
o início de Gaia, em ciclo de retorno,
o som das harmonias vivênciais e formosas
entre teofonias do ânimo aos instintos.
lateja nas florestas e dorme na alvorada,
espíritos da terra, energias povoadas
de instintos e magias;
fluir, o fluir longo da luz que escreve o tempo,
o início de Gaia, em ciclo de retorno,
o som das harmonias vivênciais e formosas
entre teofonias do ânimo aos instintos.
23 de fevereiro de 2009
Silêncios
22 de fevereiro de 2009
ESCRITO COM LUZ I
Passam a dançar as luzes da Companha.
Vivem quando escrevem em copos de noitinha,
No tempo fora tempo da sombra que não foi.
Desacreditamos, como os amores velhos,
Tornamos lenda o passo, como as verdades estranhas,
Retornamos do seu aroma ao interior e adulteramos o mundo,
Mas ocupam longo os espaços visíveis do invisível tenro
E são.
Vivem quando escrevem em copos de noitinha,
No tempo fora tempo da sombra que não foi.
Desacreditamos, como os amores velhos,
Tornamos lenda o passo, como as verdades estranhas,
Retornamos do seu aroma ao interior e adulteramos o mundo,
Mas ocupam longo os espaços visíveis do invisível tenro
E são.
21 de fevereiro de 2009
Terra
20 de fevereiro de 2009
Acredita? Quem é... Ah, Entrudo, meu entrudo
Olho de peixe
19 de fevereiro de 2009
Shiddarta
Sobre a ponte da tarde renascem vidas longas
e o mar para a morte e a alguém torna ao tempo
e o sol chega leve e penetra até o ninho
e a sombra habita os sentidos da encosta
e olhamos, Shiddarta, a corda tensionada,
e voltamos, Mani, aos jardins enfrontados,
ao ponto do nirvana sob o sono iluminado,
até a gnose livre e a carne perfeita
onde mora a palavra
e proseguem sorrisos.
e o mar para a morte e a alguém torna ao tempo
e o sol chega leve e penetra até o ninho
e a sombra habita os sentidos da encosta
e olhamos, Shiddarta, a corda tensionada,
e voltamos, Mani, aos jardins enfrontados,
ao ponto do nirvana sob o sono iluminado,
até a gnose livre e a carne perfeita
onde mora a palavra
e proseguem sorrisos.
18 de fevereiro de 2009
Cristal
Sobre o cristal caminho e sempre caminhamos,
a caverna do velho filósofo, o som da alva, diz...
e a perda do foi é o presente
e torna o mar em mar a navegar
e sem ter ser, saudade vai,
sobreviver ao acordar
e voltar vorágine, mentira,
tempo sem sentido e corpo em luz,
abraços que se esquecem mais um dia
e linha existencial que se perdeu.
a caverna do velho filósofo, o som da alva, diz...
e a perda do foi é o presente
e torna o mar em mar a navegar
e sem ter ser, saudade vai,
sobreviver ao acordar
e voltar vorágine, mentira,
tempo sem sentido e corpo em luz,
abraços que se esquecem mais um dia
e linha existencial que se perdeu.
17 de fevereiro de 2009
O espelho do dragão
Os dragos deixaram os leitos de penas azuis
e voaram mundos de jóias em luz de lajes
para além dos mares nos que naufragam vidas,
a esperar os sonhos com asas do triste quetzalcoal
e ainda escreviam para ti, que aparecias na noite
e deixavas nos pulsos a mordida,
a marca longa de Cuchulainn em tempos de entrudo.
E ainda escreviam para ti
que tornavas morte o futuro
e o filho da terra do sul sal de tormenta;
e ainda escreviam para mim,
que deixava a janela aberta para o norte
e te pensava vento na alvorada
por voltar.
e voaram mundos de jóias em luz de lajes
para além dos mares nos que naufragam vidas,
a esperar os sonhos com asas do triste quetzalcoal
e ainda escreviam para ti, que aparecias na noite
e deixavas nos pulsos a mordida,
a marca longa de Cuchulainn em tempos de entrudo.
E ainda escreviam para ti
que tornavas morte o futuro
e o filho da terra do sul sal de tormenta;
e ainda escreviam para mim,
que deixava a janela aberta para o norte
e te pensava vento na alvorada
por voltar.
16 de fevereiro de 2009
Pegadas no ar
As pegadas no ar têm sombra sobre a asa
e bebem do que vivem , como copos perdidos
descansam no solo de luas e lembranças.
Deixam esperanças do teu nome na tarde
e rostos do passado sobre o céu das moradas,
cantam como o grilo no ouvido da erva
e me invadem de mundos insólitos e tristes.
Deixo os meus olhos alugados na espera
e o corpo tendido no mercado de oriente
para que a palavra levite nas escadas,
no teu sapato ao vento,
sobre a areia das praias.
e bebem do que vivem , como copos perdidos
descansam no solo de luas e lembranças.
Deixam esperanças do teu nome na tarde
e rostos do passado sobre o céu das moradas,
cantam como o grilo no ouvido da erva
e me invadem de mundos insólitos e tristes.
Deixo os meus olhos alugados na espera
e o corpo tendido no mercado de oriente
para que a palavra levite nas escadas,
no teu sapato ao vento,
sobre a areia das praias.
15 de fevereiro de 2009
Festa ( para Alfredo e Alfonso, de casa mágica e sorriso franco)
14 de fevereiro de 2009
Esse som
Alguma noite, na haima, bebemos rum
e acompanhamos o copo de borboletas,
e nascem as palavras,
e o tempo tem asas de corda
e soa a ritmo de mar,
ali no alto da casa,
onde o verso passa sem mais
e se respira o calor da voz de Pedro
e de Ana e Juanca e os pequenos
e a luz desce enquanto removemos
a noite e a magia num so espelho
e nasce o sonho lento
e a lágrima e o abraço
e o mundo o nosso laço
e a ausência um outro braço.
13 de fevereiro de 2009
Fungos
Em luz, em luz e ar nascer de terras insólitas
e despegar a dizer, quem sou?
sem saber, sou um árvore ou uma rede,
um peixe ou margarida
ou silêncio inexistente?
ou nem sou?
Sou fungo a povoar ecosistemas vegetais,
vidas animais e a perder
o som aberto das palavras,
no alvorear a voar
espora pura sobre o mar
e deixar o rasto aberto
na supervivência húmida
ao sol.
12 de fevereiro de 2009
Pico Sacro (Poema de autor/a anônimo/a do século XIX, renascido quando saem às ruas de Compostela os fantasmas da Inquisição).
Pico Sacro, Pico Sacro,
liberta-me do mal que trago.
Liberta-nos cada dia dos que mentem
e diziam
do direito a matar povos;
Pico Sacro, dos que odeiam,
dos que nos traem com bandeiras,
e nos roubam a palavra
na nossa própria morada.
Rainha Lupa, deixa os touros
livres e bravos na alva.
Nossos mouros, dai-nos ouro,
o ouro da nossa fala.
liberta-me do mal que trago.
Liberta-nos cada dia dos que mentem
e diziam
do direito a matar povos;
Pico Sacro, dos que odeiam,
dos que nos traem com bandeiras,
e nos roubam a palavra
na nossa própria morada.
Rainha Lupa, deixa os touros
livres e bravos na alva.
Nossos mouros, dai-nos ouro,
o ouro da nossa fala.
11 de fevereiro de 2009
Estrela-Mar
10 de fevereiro de 2009
Hipótese
9 de fevereiro de 2009
Ipaye
8 de fevereiro de 2009
7 de fevereiro de 2009
Homo Amans
Criaturas criadas quando as almas têm rostos
e deixam porta aberta ao amor e os olhares,
dualidades de vento e bonança entre sonhos
de demos e de anjos, de feras e esperantes.
Há espécies e espécies de peles e de tactos,
cristais de uma montanha a latejar nos vales,
fluctuar utópico e ucrónico do fado
ria em sal de lágrima e doce água de amares.
Ah, o Homo Amans que fica entre os sentidos,
o retrato da noite, o calor do Homo Faber,
o conhecer inerte no encontro acariciado:
companheiro de espírito a chover sobre a carne.
e deixam porta aberta ao amor e os olhares,
dualidades de vento e bonança entre sonhos
de demos e de anjos, de feras e esperantes.
Há espécies e espécies de peles e de tactos,
cristais de uma montanha a latejar nos vales,
fluctuar utópico e ucrónico do fado
ria em sal de lágrima e doce água de amares.
Ah, o Homo Amans que fica entre os sentidos,
o retrato da noite, o calor do Homo Faber,
o conhecer inerte no encontro acariciado:
companheiro de espírito a chover sobre a carne.
6 de fevereiro de 2009
Interiores
5 de fevereiro de 2009
Alteridades
4 de fevereiro de 2009
Psicomarés
Sobre almas se acreditas,
sobre cérebros líquidos,
voltam nomes e tomam o lugar do tu
fragmentos de desamor.
Como uma vaga
-nem sei se voltará a água mesma
ou fundirá o fundo outro
a palavra
no novo navegar-
será ermo o próprio oceano
e ficarei de dor,
de morte longa
de interlocutor mudo
e sonho triste
por fazer.
3 de fevereiro de 2009
Foi
2 de fevereiro de 2009
Clepsidras
Levaram os montículos dos amores profanos
e cada raiva antiga à curva de uma estrada
caminho dos corsários,
e beira-mar a beira-vento
com um farol repetido
na lámina das auroras
a olhar desde a parede daquele quarto
de luz mediterránea,
com um farol de sonhos nos dias da inocência
e o namoro a sacrificar refúgios de vida monacal
e ridículos romances românticos
antes dos sonhos e as impresenças.
E ficou nave de mentir,
lume em terra de raqueiro,
na Costa da Morte, na Praia nua de Lago,
em Norte e solidão,
quase na noite,
entre salmos e carícias falsas,
das que se compram em tempo de romaria
com as botas de vaqueiro na Soneira
e depois se deixa o amor já sem amar.
e cada raiva antiga à curva de uma estrada
caminho dos corsários,
e beira-mar a beira-vento
com um farol repetido
na lámina das auroras
a olhar desde a parede daquele quarto
de luz mediterránea,
com um farol de sonhos nos dias da inocência
e o namoro a sacrificar refúgios de vida monacal
e ridículos romances românticos
antes dos sonhos e as impresenças.
E ficou nave de mentir,
lume em terra de raqueiro,
na Costa da Morte, na Praia nua de Lago,
em Norte e solidão,
quase na noite,
entre salmos e carícias falsas,
das que se compram em tempo de romaria
com as botas de vaqueiro na Soneira
e depois se deixa o amor já sem amar.
1 de fevereiro de 2009
Geografia de uma mestiçagem
Confesso as mestiçagens que passeiam meu corpo,
e não apenas corpo, também meu espírito,
os adultérios todos que chegaram a ser-me
em cor, linhas várias, em crenças e tempos.
Confesso-me de mundos e amores distantes,
de ecos, leituras, cantos e presenças;
sou de ausências tantas que doem como carícia
e de peles diversas e de paisagens muitas.
Tão pouco!, só terra na terra de mil cores
e bocados de ar, com múltiplos odores.
e não apenas corpo, também meu espírito,
os adultérios todos que chegaram a ser-me
em cor, linhas várias, em crenças e tempos.
Confesso-me de mundos e amores distantes,
de ecos, leituras, cantos e presenças;
sou de ausências tantas que doem como carícia
e de peles diversas e de paisagens muitas.
Tão pouco!, só terra na terra de mil cores
e bocados de ar, com múltiplos odores.
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