19 de julho de 2008

As Folhas da Anatólia VI

Para Alexandre, meu companheiro de viagem.

Meu Iskender, o defensor dos homens,
que chegou ate Anatólia desde o mar
e fumava no bazar o nergile
de pêssego brilhante
e também dormia no meu ombro
o cabelo da cor do cereal
entre Ankara e Lago Salgado,
na longa chaira das colinas,
no horizonte, da terra ocre,
das breves oliveiras,
no ocidente de Ásia,
quando o tempo moldava
a doce travessia
ao pó das transições.

Meu Iskender, o Novo,
o filho das nove luas dos keltoi.
Esta longa auto-estrada
tem a seta das sendas
da ribeira fértil
e o teu destino é longo por sonhar.
Adivinho no teu tempo
as palavras
e os espelhos de agua
nesse olhar.

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