7 de julho de 2008

Receptáculo

Inicio o tempo longo de nascer.
Há um túnel de violetas
com a noite dos tempos
e o resplendor do plenilúnio
em som de sons.
Três chás reconfortam na areia berbere:
o primeiro, dizem, amargo como a vida
-é amargo como a dor da solidão-,
o segundo doce como o amor mesmo
-e pergunto se as papilas próprias da doçura
são sempre tão efémeras
como as de Kim Basinger e Mickey Rourke-,
o terceiro suave como a morte,
e me entrego ao terceiro chá,
por renascer à morte única de ciclos,
à caducidade dos odores, do sabor a sal
e voltar na pele suave de Elisabeth
longe já de Wall Street.
Ai, John, tu não sabes do caminho
de estrelas para o sul?

Sem comentários: