Era mansa às vezes. Só às vezes.
Queria, na tua pele, estremecer os sonhos
e depois caminhar sonámbula,
sem esperança sempre,
a dançar nos silêncios que me deixem,
pairar nas sozinhas primaveras,
em tempos impossíveis como a árvore,
a deixar raízes na sem-língua
e navegar em cada boca
enquanto canto
o sabor cereal da tua espera.