13 de março de 2010

Perder-se na gaiola

longe de egos

e aguardar que o tempo abra

as portas para viver...

até...

12 de março de 2010

Distancio em tempo chave de falar
e calo as palavras da gaiola,
ponho-lhe barreiras a este mar,
aguardo o instante porque chegue
o tempo que nem sei se vai chegar
e deixo num espelho nuvem rota
enquanto abro o teu olhar
no envelope dos sonhos,
reitero os morses de ternura
pisca-pisca de beijos a voar.

4 de março de 2010

Treme a Mae

Treme como o pulso destes sonhos,
generosa de águas,
pé de mar,
minha Terra, grande e generosa,
da ilha dos tainos , à casa dos mapuches,
volta a voz profunda a reclamar.
Confeso-me linha de loucura,
na doença do mesmo Lovelock
e choro com lágrima emprestada
por todo o raciocinio sem amor.

3 de março de 2010

No caminho da luz

Desabotoo o peito para a noite
abro a caixa dos segredos,
para me contar os contos de outrora,
retomo os caminhos que diziam no ar.
Doem na garganta os males velhos
de infância mal curada,
de espera fanada,
o medo da palavra atravancada.
Furou-se um pneu neste ciclo de som.
Avanço em linha opaca, com instintos
que tremem como a terra
neste tacto
e olho sem ver senda,
nem sonho de luz,
nem algum astro,
mas adiante, sempre
verbo em lábio,
na via Puro-eu a Nós-em-cor.