17 de julho de 2008

O Caderno Bizantino V


A tardinha ascende no céu que sustentam
os seis minaretes da Mesquita Azul
e a musica do rabab,
a merguile de cristal junto ao café expresso
e a luz.
Orei por um sol-pôr de paz
e dancei no ritmo espiritual
da ladainha na mesquita de Ala,
o único, o múltiplo,
o espírito do cosmos que esta em nos.
E alcancei a oração da noite
com a voz do muecim
antes de o sol dormir.

O derviche girava com a energia cósmica
na mão do céu
e a dadiva na mão a terra
e o uno no múltiplo por mim,
com movimento de uma túnica alva,
na que o amor se aspirava
de rosáceo éter
no ritmo sereno da mística
que povoa o tempo de ascender.

Tenho nos olhos canto de luz.
Tenho no ouvido o sabor de fé.
Tenho no tacto céus de uma cor.
Tenho no gosto odor de flor.
Tenho no olfacto agua a fluir
... e a dança dos astros levita em mim.

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