3 de julho de 2008

Mística primeira


O abraço do tempo e da distância
é a mística primeira no renascer.
A Barca de pedra surgiu das águas
e o som do espírito doce e primitivo,
o que sabia das palavras tenras,
acordou.
Passos sobre as rochas,
linhas de espuma no mar
e as lembranças planetárias
no cromossoma brilhante
da concepção original
nas eras novas.
Viver na fé do espírito mais puro,
o que dizia de abraços vegetais e som de mares,
na seiva animal que nos percorre,
viver no beijo singelo da pureza,
das linhas iniciáticas,
da carne entregada a ritos lentos
e verbo de nós, em cada verbo.
Amar sem medo,
com lágrimas nos olhos
e a alva no coração,
entregue às esperas e aos silêncios,
de braços tendidos aos ventos mareiros,
de covas recônditas nas noites de temporal
e sempre ser, e sempre estar
com a mesma simplicidade desta terra,
desta água de bens e solidões.
...Querem florescer ervinhas de namorar.

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