2 de julho de 2008

Sonhos

Dizia: "Tem que chover,
mas o céu está tão azul!"
E choveu nesta tarde,
chegaram as nuvens
e escutou-se no cristal
o eco da humidade
do jardim.

Dizia: "Não durmo no dia,
apenas se estou grávida"
E dormi na tarde enquanto chovia
e o ar tingia a saudade de verde
no campo e na palavra.

Dizia: " Não quero mais sonhar,
quero falar com a voz da razão e ser feliz"
E sonhei enquanto chovia,
sonhei a voz que perguntava
"Poderá limpar-se a agua
que sujamos nas tardes de não ser?"
E acordei a pensar no mar tão negro
que a força da maré limpou
e no sorriso na praia longa
a renascer peixes de cor
e nos olhares que afundem guerras
e no desejo de corações.

2 comentários:

Anónimo disse...

Mi querida Iolanda, cuánta gracia hay en tus días que la vuelcas, con tanta facilidad, en este blog!! Te mando un saludo, dos, tres... el mismo número que represente los pasos que dí en Terra Verde, hace ya un lustro!!

Iolanda Aldrei disse...

Os dias são vividos com a mágica intensidade, a mesma de há um lustro.
Os passos são caminhados e convidados com entrega e humildade.
Terra Verde continua aberta às mesmas pessoas que há anos chegaram aqui, todas são parte dela e ela é parte de todas.
Mas esta mensagem fica com a incógnita. Há cinco anos! Há cinco anos o mundo era outro e estava noutra era de criação... Há cinco anos moramos aqui. Há cinco anos! Perderam-se vozes que sempre ficam em eco, vozes queridas!... e agora chega a palavra renovada, com certeza do outro lado do oceano, de onde, de quem? Um abraço, dois, três... e passos, muitos passos sobre o mar!