24 de setembro de 2009

Lumen

Desciam liberdades da esperança
e a morte era leve... como sempre era leve...
Figura de luz na cena das vozes evocadas,
abraço de mundo ao mundo,
entre cor barro e sonho, um corpo iluminado.
Mar de lume e entranha de borboleta em ferro,
salto de astro velho, amante despiadado,
visita-me nas noites, quando chegue o inverno
e deixa-me o sabor da tua sombra nos lábios.

13 de setembro de 2009

Desfotografar


Perco a realidade e o sentido omnisciente
das ontologias tristes.
Descapitalizadas, as borboletas pintam
e os rostos encantam o silêncio.
É o tempo das fadas e dos anjos,
nosso tempo de entornar a porta
e o centro comercial, e o cristal e o aço,
por desbandar as palavras
no bico azul de todas as pombas e as mensagens,
e os amores das meninas que querem virar o corpo
e voar
para sempre
em som de ave.

3 de setembro de 2009

Lume adentro

E chega o tempo frio e o lume está adentro,
na entranha, no som que foi do tempo
e estás onde nem sequer eu quero
e estou, ante o sonho mais ardida
que um dia que foi
e que um signo de amor
e que a vida de ardor
e as revoltas sem mar...
e o canto de nós, fogueira em flor,
também candor...