
luzes clarividentes
negavam e afirmavam
o dúplice sentido,
o monosandalismo iniciático
e o ritmo astral dos sonhos
reiterados a claroescuro deus.
E abriam-se céus
em céus abertos prévios,
e a pele desfiava
verbo eterno em fins.
Como desgranava
som o som das alvas
e como nascia o medo
no eden dos ocos,
no loto puro,
desde as longas montanhas
às chairas intensas,
ao mar sem mar prendido...
E nascia o mundo
simples do pecado,
pecar em ti e em mim,
pecar com braços altos
e fugir cachoeira
de ternuras e pranto,
por nem ferir os tempos,
por nem curar o espanto
e ser sem ser de sonhos,
na sombra de um recanto.
4 comentários:
Estou escrevendo sobre un que aparece cunha só sandalia: un elixido dos deuses. Acreditas?
Beixo
Mais um grande poema, que nos deixa sem palavras, só a senti-lo. A sandália do pecador deixou a sua marca na poeira do caminho e a amante sozinha olha para aquelas linhas descobrindo, triste e meiga, o infinito.
Não é nada disto. É só um grande poema. Mesmo.
Acredito, Ricardo... Como nao vou acreditar? Nao achei contigo tanta casualidade como encontro.
Um beijo
Iolanda
Olá Francisco desde as Áfricas. Chegam ecos. Apenas reflecto... É mais bem o proceso receptor, meu amigo. Sabes ler entre linhas o que está e o que ocupa.
Um abraço galego... (sabes que outro dia lembrei e falei de que lembrava as tuas saudades na apresentaçao da Nova Águia em Compostela?)
Iolanda
Enviar um comentário