4 de novembro de 2008

Beijar a água


... Para ti, Alberto, tempo longo, que me chamavas meu anjo de Santiago antes do dia das anjas,e dizias desejos entre árias e dor, meu amigo em Ames, noites de voz... reencontro e adeus.

Beijei a água com o tronco, com as ramas,
com lábios em flor e as ternuras
nas papilas gostativas da seiva.
Em ti, o amor era instante,
e a alegria pedia apenas o sorriso
da noite,
quando o sono baixava
e chegavam os sonhos
licores afrutados de olfactos novos
e falei-te de amores em pessoa terceira ,
de histórias que se contam aos amigos,
enquanto te beijava com toda a ternura
de uma amante
e procurava em ti raiz colmada,
ternura de abraço,
entrega eterna,
até o sino da alta alvorada,
afecto de esperança,
vento em folha,
nós breve, com sentido
de palavra... meu bem.
Regato de ternura,
regato que flui ...

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