14 de novembro de 2008

Amigos velhos


Guiar o tempo e os tamanhos da tarde e os afectos,
marcar territórios, sonho, eternos do dia a dia,
vagar cidades, pedra, cores, os desejos de ser
sem ser desejo
e a longa amizade peregrina de caminhantes velhos
e vida que se torna terra em muitas terras
e, sempre, espelho em cada espelho.
Vou com a bagagem tenra, casa longa nas costas
e nos versos
e procuro um monte onde acampar,
olhar em olhar,
quiçá um chá,
paz no cantar...
morna carícia que era rasto na pele
e na memória,
na memória, amigo,
junto ao lume da sala e da cozinha,
o odor a calor combustor do espírito
e ascende incenso até um céu
de som sereno.

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