18 de dezembro de 2008

O Regresso


Compreender-se ciclo ascendente,
descendente ciclo do latejo,
do amor, do sonho,
do preciso momento
do abismo e o céu…
água
água-nuvem prendida em erráticos nimbos,
nimbada de esperança
nos ventos propícios,
água de ternura
nos prantos obscuros,
na montanha alegre,
no lago profundo.
Água de silêncios
no leito calado,
água de murmúrios
na fonte de outonos,
água de fervença
em primavera e alva,
água de neve pura
nos tempos de aquário.

Volver e ser caminho,
e não ter volto nunca,
sem dimensão de tempo,
sem tempo subterrâneo,
acariciar a pele do universo leve,
oxigénio e hidrogeno
de sonhos insondáveis.
Ser água das tuas veias,
ser gelo das tuas pausas,
ser vapor, nuvem, atmósfera
dos teus tempos errantes…
o ciclo da vida, a alva dos mares.

Sem comentários: