30 de março de 2009

Lar

Sempre volta a voz ao lar que foi.
Repartem-se a terra e as paredes
o longo desejo de calor
e acabam por ser o mesmo caldo
os rostos do que é e do que foi
em Compostela,
na rua velha,
na casa efémera
a cozinhar
terços de ladainha eterna,
e o mesmo amor a caminhar
na carne em primavera
da estirpe que sabia almar
o jantar do vento com canções
até a mesma ressurreição
do espírito da luz,
quando voltavam a arruda e o romeu
a cimentar ciclo de vidas
e a carícia nova a retomar
lar e palavra em lua ao sol.

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