17 de outubro de 2008

RE-versos IV


Os futuros diziam que eram de comboios
dos que sempre levaram
a não sei onde indo por não sei quando,
outros reivindicavam as cercanias,
também eu,
futuros de cercanias,
irmão mago,
dos tempos do incesto a certidão,
amante alma,
do quando e do aqui e vidas outras,
qual foi o claustro do que nos tirou
o caminho de ferro,
o cenóbio antigo,
uterino, claro do galo que cantou o dia,
do sol que brilhava à noite na pele da carícia tua...
e procurar, enmeigada, claridade de arruda,
galo branco em caixa de prata, meiga eu?
meigas fora, meigos dentro,
entra a casa, meu amor,
e dizem que és tu o rei dalguma terra,
sim?
e há comboio ali
ou só as naves que guiamos em noites de ambrósia,
além mar, no céu mesmo,
ou na linha das proximidades ...
lento veículo dos futuros...
quanto tarda teu olhar real
a pousar na escola de magos,
na longínqua Cova de Salamanca,
ou sob a catedral de Compostela,
o Grial a amar, amante longo,
caminho de sangue e ferro,
espelho dizem...
e que dizes?
aqui e agora com a mala preparada
e a luz.

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