7 de outubro de 2008

Meninos


Conservávamos o olhar cosido ao pôr-de-sol
e aguardávamos alvas sem querer,
em fim... éramos meninos
e já não tínhamos idade,
mas folgos sim
e o espírito quase triste da inocência
em nós.
Que longos os rumos sobre as nuvens,
os tempos que avançavam esperas
longe da rolda de canções!
Que longos corações de caminhada,
a sabedoria a brilhar na pele,
o riso na tarde mesmo a rir,
o pranto na noite de chorar
e a dor de acreditar
que era nossa, sim, a alva nossa!
Em fim...
Meu amigo da pedra em flor
e os dias encantados,
que triste ando,
ao som do amor
e arribo sozinha cada vez
à terra e à liberdade,
à casa,
à cozinha da casa,
à mesa da cozinha da casa,
ao prato da mesa da cozinha da casa,
ao pão...

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