28 de outubro de 2008

Reverso


Era outono. Dizem que é o outono,
perto do Samaim, tempo de mortos.
Como os fantasmas na noite,
achego-me às horas e às imagens
e anda o desencontro a encontrar sonhos
longe dos possíveis
e das ondas e deixo de amor
a flor
a seiva tua
por me dizer infeliz,
por precissar-te
e chorar longo as lágrimas
que nunca chorei
e fechar portas
que nunca fechei
e que dizer
se há ondas no mar
e sal no sal
e flor na flor
e há saudade
do eu que foi, do que serei...

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