6 de março de 2008

Refúgios


Não tinha portas.
A casa não tinha portas,
nem o coração,
nem os abraços
nem as cartas,
nem a linha do amor
trás da montanha,
nem o sol-pôr,
nem a alvorada.

Adentro entrava o frio,
e o canto das aves,
e a dor do vento entrava,
e o abraço do sol
e a chuva mais triste
e a palavra mais cálida
entravam.

Não tinha portas.
A casa.

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