28 de março de 2008

De almas

Odor salgado e profundos tempos,
saudade do cálice,
da água,
da pureza toda até o infinito,
de cada humanidade
até as infâncias
do húmus,
do húmus sempre,
até o púbere saúdo
das lembranças.

Sabor vazio das esferas ocas,
do sem-sentir ao sonho,
do animal à calma;
viver para o desejo
sem colocar espíritos
em vertical espera,
com o leito tendido
às alvas oceânicas.

E ser para não ser,
existir sem caminho,
perder-se nos mercados
da carne sem entranha,
esvaziar o caudal
em dor que não tem sombra,
em sombra sem lamento,
em carícia sem alma.

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