1 de março de 2008

No canto do fim do mundo (Para Laura)

Há milagres. Eu sei.
Num ocaso do fim do mundo cantava um peregrino e o mar se detinha na pena da saudade.
Para a terra de Tir nan Og partiam naves e a canção era o único tempo de sonhar entre a luz e sol-pôr.
Há milagres. Aprendi, escutando uma canção, à beira-mar do final do caminho, quando era Outono e a tua palavra guardava as últimas luzes para voltar.
Há milagres. Senão, como semeia o vento sem trabalhar a terra, sem percorrer oceanos?
Mas o milagre da alegria. O brilho dos olhos. O som do amor em tempos de gozo...
Há milagres... construídos no oco das mãos e no sorriso.

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