7 de fevereiro de 2009

Homo Amans

Criaturas criadas quando as almas têm rostos
e deixam porta aberta ao amor e os olhares,
dualidades de vento e bonança entre sonhos
de demos e de anjos, de feras e esperantes.
Há espécies e espécies de peles e de tactos,
cristais de uma montanha a latejar nos vales,
fluctuar utópico e ucrónico do fado
ria em sal de lágrima e doce água de amares.
Ah, o Homo Amans que fica entre os sentidos,
o retrato da noite, o calor do Homo Faber,
o conhecer inerte no encontro acariciado:
companheiro de espírito a chover sobre a carne.

4 comentários:

Paul Constantinides disse...

wow!!! lindo!!!

Iolanda Aldrei disse...

Um abraço.
O Homo amans,o mais profundo, o que deixa ver a alma quando entrega. Perfumes de paz e liberdade. O Homo amans, o único homem verdadeiro. Gostava de exportar este rosto aos campos da dor, do poder, da guerra, a humildade dessa dualidade manifesta aos Homo Faber totalitaristas...

fas disse...

Ainda bem que voltei aqui hoje. Senti-me tocado pela força desse poema e gostei também muito da imagem, original e sugestiva. Desde Benguela, o nosso kandando (abraço)...

Iolanda Aldrei disse...

Kandando, que bonita palavra! Diz sons de canto andado desde esta língua de recantos e diz abraço, sim... Eu também passei a visitar o blogue azul e achei muitos rostos que contavam estórias e conheci nomes do teu mundo que aproprei um bocado para além do corpo até os espíritos retratados e tambei admirei esse blogue erótico e nao apenas que recomendas... e... para quando a África? Nem sei, mas sempre perto.
Aprendo Kandando...