24 de junho de 2008

A noite dos espíritos

Em círculo, na eira descoberta, em torno ao espírito da velha Joana, achegamo-nos ao lume primitivo, dançamos e bebemos e comemos e abraçamos, saltamos, trabalhamos as faíscas, sonhamos, cantamos e contamos e amamos a paz e o solstício na alegria de partilhar o bom vinho e a mão.
Da queimada à fogueira, para espantar meigalhos e conjurar em calor de pureza e energia de luz, para enxotar ao medo e a tristeza, para enxotar discórdias e cadeias, para afastar a destruição e a inveja, o rancor, a ira, as impotências, o mal que não nos deixa...
No clamor do tempo primitivo, da vida atemporal da dança, no rito de pandeireta e gaita, na noite da criação de estrelas, na noite dos cometas, os caminhos ascendentes verticais
são a vida sacra do verão.

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