12 de fevereiro de 2008

Tempos de sonhos e solidão.

Entrei
e o quarto recendia ainda ao teu perfume,
mas tudo era triste,
na tristeza esperta das alvoradas.

Pensei na noite mais estranha,
mergulhada em tempos de sonhos e solidão.
Nos silêncios tingidos de beijos longos.
A pele adormecera os sorrisos
e dançava a lua numa faca de sons.

Eu chegava dos ecos do futuro
e olhava a tua palavra longa
na paz clarividente dos latejos,
sentindo diminuto cada instante
e dilatando ínfimos espaços
na vibração do tacto leve.

Voltei.
O quarto recendia ainda ao teu perfume,
mas tudo era então triste,
de uma lenta tristeza pressentida
desde as fontes da nova solidão.

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