23 de fevereiro de 2008

No olho da luz


O olho da luz tem a palavra
para cantar o som daqueles rios
e dizer de lábios renovados,
e dizer de corpos sensitivos.
Viver entre a erva e os regatos,
no oco mais simples
do sorriso,
na mais tenra esperança,
de uma pétala,
na senda escura do moinho.
Voltar à inocência, à vida simples,
voltar ao oco do caminho,
tremer na luz dalgum luzeiro
e ser de terra e leite
qual menino,
criança da lenta primavera,
sorriso de árvore no estio,
cor das cores ocres no outono,
lume e fogar no inverno frio...
No olho da luz,
uma palavra
para falar de amor
entre o rocio.

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