15 de maio de 2008

A Terra de Tir nan Og III


Para Dona Teresa


Pátria dos rios poderosos,
das montanhas altas e os lagos,
do vento azul, que terno nos conduz
ao princípio do tempo
onde a cor se fez,
onde nasceram borboletas desde o nada.

Pátria de olhos grandes e sorrisos.
Com a chuva no rosto, teço arepas,
envueltos e acaso uma almojábana
entre o milho lançal e a esperança.

Pátria boa do sonho e a alegria,
da paz prometida junto a águas
que Guatavita tornou reino de séculos
à sombra de esperas reiniciadas.


Pátria formosa do amor profundo
que nasce, qual fervença, nas entranhas
e verte o seu beijo entre as penas,
nos braços de sal que nos enlaçam.


Pátria da floresta e do potrero,
pátria do nevado e o deserto,
pátria do oceano e os cerros,
pátria de mulheres,
pátria de homens,
pátria de pequenos
com sorriso de neve
e olhar de sol
sempre até o céu.
Pátria do coração
que se enraíza
e me deixa café entre o cabelo
e me nasce de cana entre as mãos
e na boca me enche com os versos
de arequipe povoados, de paz feitos.

Pátria de Chipaque, o nosso pai
que renasce na calma desta tarde
com as asas douradas de um ocaso...

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