17 de maio de 2008

Aquele tempo de vindima nestas rosas


Havia uvas murchas no Verão daquele ano
e não era o tempo preciso do calor
quando deixei de ser amantíssima esposa,
não, não era o ano de Tir nan Og.
Muitas misérias houvera antes,
quando pelo tempo da vindima
estouravam corujas
no descanso eterno das noites sem suor
e murchavam os frutos no sarmento
sem entregar doçura
nem fermentar em vinho bom e generoso.
Era daquela que morreram
e ficaram na vide impolutas,
como os cadáveres dos santos que dão medo,
e não deixavam abrolhar as folhas novas
nem frutificar o tempo e as palavras
até que o vento mudou,
por deixar nascer mais um dia
a rosa.

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