14 de maio de 2008

Palavras


Meu amor, de ti tantas palavras
e nenhuma
e tantos sucedidos
e ao longe sentido algum
e verbo quase-azul no sem-sentido.

Pintava no ar arcos da velha e ocasos,
as terras máis longas do infinito
e nasciam quadrados sem quadrado,
círculos semeados em sorrisos,
fractais de vento e terra,
universos de seiva, sem floresta,
florestas de universo sem um rio,
e as palavras...
amigas velhas,
inimigas,
maremoto de flores e silveiras,
em ti, Regheiro, Chicán novo,
num dia de sonho adormecido.

Amar ave de assas longas,
fera de garras fortes,
peixe de múltiplos brilhos,
em gaiola, em cercado, em água pressa,
em insustentáveis substantivos
é ser e ter e não ter nada,
apenas mentiras e vazios
quando todo o tempo se redime
e o sonho fica redimido.

Ai, palavras de livre liberdade,
sonhos de águas prometidos,
ninho de estrela e monte baixo,
meu amor, um astro no caminho.

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