8 de maio de 2008

Na Arnela

Entre tempo e tempo
passa o mar
e a paz chegou
desde além-luas
aos sinos de Duio.
Lembranças de chuva
e espigueiros
quando o fume da lareira velha
tinha o sono prendido
nas esperanças que não foram.
Voltar ao vale em vozes novas
e lembrar os ilusos dias de Maria
e os percebes que floresciam na Arnela.
Entre tempo e tempo chegaram versos novos,
liberdades e cantos conquistados,
por onde o sonho nada
salvaguardando a roupa
para algum dia vestir galas
e perder uma horta antiga
de relances e faíscas
nas manhãs da eclipse
e nos contos do sol-pôr.
Mas, por que nos tiram os caminhos
e asfaltam, cimentam lembranças
para não ser?

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