6 de abril de 2009

Glamour


E se eu fosse feita de glamour
e me vestisse em cor-de-rosa
a transparentar a lingerie preta
sob a seda selvagem
e tingisse os cabelos de loiro platino
ou ruivo ocaso de verão
e ainda calçasse sapatos de taco alto
até o céu de Babel
e saísse à rua com colar de pérolas
e ritmo de vinil
e corpo em modo contornado
na tarde de silêncios
e praça maior,
e nunca mais falasse de infinitos
e fosse finita no manar
e nunca mais ficasse namorada
e fosse itinerante como o lar
e deixasse rasto de perfume
e óculos de sol no teu olhar,
então, velho gato das fisterras,
sairias outra noite à janela
e revoltarias as esperas
para apenas e so mais um miar?

Sem comentários: