No tempo inicial contaram-nos histórias com final feliz,
contos residentes em castelos nos que a princesa
-sempre linda, sempre tenra- aguardava triste ao seu príncipe azul
e ele chegava, augurava paraísos e batalhas
e, sem lascívia, olhava um tempo de extinção carmim
no que até as mais rápidas perdizes ofereciam gostoso sacrifício
pela existência possível do impossível, do nunca jamais e para sempre,
por sempre, sempre, sempre, sempre jamais.
Acreditamos, medramos com a ideia de ser príncipes, princesas,
rematar no dia prévio e herdar palácios
e nunca perguntamos onde estavam agachados
o castelo e o príncipe da mãe e por que, algumas noites
se escutava um pranto ténue que provinha da câmara real.
Sem comentários:
Enviar um comentário