6 de abril de 2008

O vento Sieiro

Procurou refúgio o Vento Sieiro,
na entranha da pedra, no pilar de Gaia,
ali onde se esculpem os sonhos mais velhos
e a treva é verde, e a serpe canta.
Mas era bem frio o Vento Sieiro,
batera com força sobre a pena clara,
moldara o silêncio com palavras loucas,
tomara das mãos tenras à alvorada
e rompera, e rachara,
partira a cantiga da alegria nova
que então se cantava...
Deixou a pegada na linha da rocha,
que desde o sol-pôr foi pena encantada.

Sem comentários: