21 de abril de 2008

Para Arturo Regueiro. Feliz (no dia de Santo Anselmo de Canterbury)


Meu querido,
desejar-te feliz vida,
desejar-te sempre feliz tempo,
quando ser feliz é um caminho
ao equilíbrio das cordas e dos ventos...
Boa senda e sonhos, meu querido,
que nem falte o pão,
nem falte o alento,
a esperada luz das alvoradas,
e o sono compartido nas jornadas,
intermináveis ocos
onde o verbo e a pele
têm sutaque
do Arthur Disquemiller dos galegos.
Que não falte a mão certa dos filhos ,
que não falte o mais tenro silêncio,
nem cativos que escutem em fervença
os passos e as palavras dos incertos.
Que nunca falte a vida por viver,
água, céu, caminhos e um caderno,
nem música, nem lume nas pupilas
nem anjas vermelhas no ombro esquerdo.
Que nunca falte casa farta e leito,
estirpe de estios, braços velhos ,
amigos e papoilas,
mar e regos,
alento partilhado
e que não falte
terra por semear,
ai, meu labrego...

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