11 de maio de 2009

Voz de mulher

A plena voz, diziam
do seu destino e alguém acreditava
que as palavras não foram bonitas.
Remilgavam na dor da morte incómoda,
denunciavam de branco desde a vida
e sabiam de nós e das mensagens,
dos títulos, dos óculos, mentiras...
oráculos de falsidade oculta
pela balança inexacta do ouro
e a ladainha.
E calamos. Porque falavam
de um jeito que não era bonito,
mas olhavam como quem
não tem mais vergonha,
com o coração feito montanha
e rio
a manar mundo
desde a mesma cor das silenciadas.

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