
XII
Naufragava o tempo das palavras.
O universo era novo,
a primavera
refulgia
de tactos e de odores
e uma luz azul no mar incerto
inflamava de amor
luas de sonhos
e pousava longo no silêncio.
As estrelas nasciam oceânicas,
como flores de fe
na voz dos ventos
e um verbo de esperas
se encarnava
nas ondas longínquas
deste alento.
XIII
Aquele que cruza o mar
sente a dor das suas ondas,
uma dor de ida e volta
nas margens do seu amor.
Terei contigo, navegante
uma esperança de dor
nesta tua nave de amor
na que rompemos os mares.
XIV
Partilhamos
por um tempo
no oceano
a rota do pôr de sol.
Enredada na rede dos teus lábios
pesco luz dourada
com a cana das minhas maos
e viajo contigo pela tarde
de um passado de esperas,
de um futuro de adeuses,
de um presente de amor.
XV
Nas ilhas dos teus olhos
buscaria
a caixa de Pandora
para ama-la,
senti-la levemente,
sem verte-la,
partilhar o seu nome
sem goza-la
Deixaria o seu sonho
para o povo
do que nasces,
e no que tens a âncora.
Porquê a fé do teu rosto
tem destino
de vento, de luz e de esperança.
XVI
Tenho o ritmo doce dos teus beijos
sonhado no latejo da alvorada.
Amor de estrela errante
nao tem dono
e vive no eco da esperança.
Sentir-te é utopia de desejos,
viver-te, o desejo das palavras.
Mas há velas douradas na tua nave
e o vento sopra forte na enseada.
Quando partas deixa-me um sorriso.
Ficarei neste farol
resguardada,
no confim do meu mundo
para dar-te
lembranças de luz
desde a distância.
XVII
Diz-me da Cruz do Sul,
das suas ilhas,
dos recifes de estrelas
que a conformam,
desse mar de luz
no que pescavas
cor, sentimentos, tempo, amores...
quando cai a noite
e se ergue a solidao
XVIII
Este barco de sonhos
tem a proa
orientada a um mar de coraçoes.
Viajeiros da vida
habitamos
esta noite
o seu mastro de luz
e ondulamos as águas
com os versos
mais belos nunca partilhados
para criar caminho
entre as algas planetárias
e tornar o percurso de uma aurora
pétala possível
de uma rosa dos ventos
sempre em nós.
XIX
No anverso
de um verso,
o universo
lateja
e procura uma palavra
com seiva
verdecida
para dar-nos,
no recanto íntimo
de um astro,
tempo de amor,
pátria de amor,
verbo de amor.
XX
Navega-me
que quero navegar-te
desde as fontes do tempo
até os rios,
desde os rios
até o oceano
ir sulcand
as palavras a ritmo lento...
Esquivemos recifes
de distância,
porquê quero escutar-te
em cada verso,
sentir-te no silêncio da esperança,
viver-te na esperança do silêncio.
Praia do Fim do Mundo, 16 de julho do 2001
Naufragava o tempo das palavras.
O universo era novo,
a primavera
refulgia
de tactos e de odores
e uma luz azul no mar incerto
inflamava de amor
luas de sonhos
e pousava longo no silêncio.
As estrelas nasciam oceânicas,
como flores de fe
na voz dos ventos
e um verbo de esperas
se encarnava
nas ondas longínquas
deste alento.
XIII
Aquele que cruza o mar
sente a dor das suas ondas,
uma dor de ida e volta
nas margens do seu amor.
Terei contigo, navegante
uma esperança de dor
nesta tua nave de amor
na que rompemos os mares.
XIV
Partilhamos
por um tempo
no oceano
a rota do pôr de sol.
Enredada na rede dos teus lábios
pesco luz dourada
com a cana das minhas maos
e viajo contigo pela tarde
de um passado de esperas,
de um futuro de adeuses,
de um presente de amor.
XV
Nas ilhas dos teus olhos
buscaria
a caixa de Pandora
para ama-la,
senti-la levemente,
sem verte-la,
partilhar o seu nome
sem goza-la
Deixaria o seu sonho
para o povo
do que nasces,
e no que tens a âncora.
Porquê a fé do teu rosto
tem destino
de vento, de luz e de esperança.
XVI
Tenho o ritmo doce dos teus beijos
sonhado no latejo da alvorada.
Amor de estrela errante
nao tem dono
e vive no eco da esperança.
Sentir-te é utopia de desejos,
viver-te, o desejo das palavras.
Mas há velas douradas na tua nave
e o vento sopra forte na enseada.
Quando partas deixa-me um sorriso.
Ficarei neste farol
resguardada,
no confim do meu mundo
para dar-te
lembranças de luz
desde a distância.
XVII
Diz-me da Cruz do Sul,
das suas ilhas,
dos recifes de estrelas
que a conformam,
desse mar de luz
no que pescavas
cor, sentimentos, tempo, amores...
quando cai a noite
e se ergue a solidao
XVIII
Este barco de sonhos
tem a proa
orientada a um mar de coraçoes.
Viajeiros da vida
habitamos
esta noite
o seu mastro de luz
e ondulamos as águas
com os versos
mais belos nunca partilhados
para criar caminho
entre as algas planetárias
e tornar o percurso de uma aurora
pétala possível
de uma rosa dos ventos
sempre em nós.
XIX
No anverso
de um verso,
o universo
lateja
e procura uma palavra
com seiva
verdecida
para dar-nos,
no recanto íntimo
de um astro,
tempo de amor,
pátria de amor,
verbo de amor.
XX
Navega-me
que quero navegar-te
desde as fontes do tempo
até os rios,
desde os rios
até o oceano
ir sulcand
as palavras a ritmo lento...
Esquivemos recifes
de distância,
porquê quero escutar-te
em cada verso,
sentir-te no silêncio da esperança,
viver-te na esperança do silêncio.
Praia do Fim do Mundo, 16 de julho do 2001
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