18 de dezembro de 2009

Tâmega

Volto ao rio.
Apontam ínsuas sensuais
a escadarias novas.
Com pés no ar
apanho a corda
porque também descem as palavras
e são peixes os ritmos minerais.
Na flor da hora intermitente
voltam as saudades
e os ciclos intangíveis
desta água dizem de ti
que serás nuvem,
dizem de ti
que choverás
doze,
desde o alto,
longa nuvem
a manar
verbo reiterado,
pele verde,
lua velha
sobre mim.

3 comentários:

A.Tapadinhas disse...

Fui atraído pela cor da fotografia, como a borboleta pela luz...

..as palavras são igualmente resplandecentes...

...apesar (ou por causa?) do luar filtrado pelas nuvens...

António

fas disse...

Excelente poema este (e a foto)! Parabéns, Iolanda. Aliás, acho que duplamente parabéns, não é? Que dia é hoje?

Iolanda Aldrei disse...

Meus caros amigos,
Lindas palavras, muita luz, António, desde a tua alma de borboleta, muito brilho desde as Áfricas do Francisco.
E obrigada pelos parabéns... sim... nestes dias chegou notícia de que já tenho um saldo de 42 anos vividos... e... que coisa!
Beijinhos