1 de maio de 2009

Paisagem de aniversários rotos

Tinha os aniversários na sem-memória
e o sono erguera a saudade,
o oco de ti na minha cama,
junto a palavra e amores confesados
que nem eram tempo namorado,
mas amor.
Povoamos as geografias
de interior e exterior, de pedra e carne,
de águas, montanhas, santuários,
e faziamos dos anjos um tremor
e o amor mesmo dos sonhos retornados,
meu meigo, ao pé da brava costa,
em terras do pôr-de-sol.
Doias tanto como deixavas em mim
abismos duros de verdade intensa
e os segredos despiam decorados
e pediam o formoso e o horror
no plano mesmo de ti,
a fera brava de monte orgulhecido,
de ti... e eu queria abraçar-te durmido
e fazer-te senhor de uma senhora,
ou nem sei se poeta de uma dona,
ou nem sei se livre liberdade,
ou nem sei se perder-te e achar-te...
Quero, meu poeta, teu calor...

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